Do grego palin, “de novo” e psesto, “raspado”, Palimpsestos são meios de escrita antigos que eram ou foram usados mais de uma vez devido à escassez de meios e que, invariavelmente, deixavam vestígios do(s) texto(s) ineficientemente apagados. No sentido metafórico caracteriza todo texto que revela rastros de um texto anterior. Esta é uma constatação familiar para os estudiosos de textos muito antigos datados das eras que precederam a criação de materiais mais apropriados ou mais abundantes para a escrita.
Em sua forma física tradicional, os palimpsestos costumavam não apresentar grande valor, seja pela incompletude dos traços deixados, seja pela falta de valor cultural ou histórico, julgamento esse feito, infelizmente, de acordo com a opinião do novo usuário. Ou seja, documentos eram apagados para que o meio da escrita fosse reutilizado, fato que pressupunha sua inutilidade para o usuário. Sem dúvida, pode-se supor também que muitos documentos que poderiam vir a ser valiosos tenham se perdido dessa maneira.
Para os estudos da tradução, todavia, não só os palimpsestos físicos têm valor, mas aqueles cujo apagamento seja apenas metafórico também apresentam fatores de análise interessantes. O uso dos palimpsestos, raspando-se o que já fora escrito no pergaminho, constituiu uma verdadeira tragédia para a cultura humana. Muitos documentos importantes deixaram de chegar ao nosso conhecimento porque o alto custo do pergaminho provocava a decisão de se apagar os assuntos considerados ultrapassados, para sobre eles se escrever outra coisa.
A técnica, porém, veio em auxílio da cultura - o uso dos raios X está possibilitando a leitura dos textos anteriores escritos no pergaminho. Um famoso manuscrito – o Códice Efraimita está escrito em um palimpsesto. Por meio de reagentes químicos e raios ultravioletas eruditos têm conseguido fazer reaparecer a escrita primitiva desses palimpsestos. Dos 250 manuscritos unciais conhecidos hoje, do Novo Testamento, 52 são palimpsestos.
Estudo feito por Ev. Alaid S. Schimidt
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