Pages

terça-feira, agosto 21, 2012

Estudo: As quatro pilastras que sustentam a vida cristã


Judas 1- 25

Com simplicidade, humildade e vencendo as perseguições dos imperadores romanos na força do Espírito Santo, foi que a igreja iniciante se instalou em todo o império romano em apenas 40 anos.
No ano 313, o imperador Constantino, juntou o estado com a igreja. Esta junção tornou-se perigosa, pois uma vez que era líder do estado, agora Constantino passa também a chefiar a igreja. O tempo passou e no ano 607, o imperador Focas decretou o Bispo de Roma, como líder mundial da igreja cristã, instituindo assim o papado.
A igreja unida com o estado e governada agora pelo papa tornou-se forte politicamente e economicamente, distanciando-se dos ensinamentos essenciais do evangelho.
Próximo do século XVI, o ensinamento das indulgências estava sendo disseminado em toda a Europa, pois o papa Leão X, estava construindo a basílica de São Pedro e precisava de dinheiro. As indulgências era a venda do perdão dos pecados, que conforme a contribuição da pessoa, o perdão poderia ser parcial ou eterno.
Neste tempo Marinho Lutero, um estudioso da Bíblia, sabedor destes ensinos, no dia 31/10/1517 fixa na porta da igreja de Wittenberg, as 95 teses, contra as indulgências. A Reforma se estabelece, Lutero vence as perseguições e seus ensinamentos produzem mudança. A igreja havia perdido a essência do evangelho, mas Lutero, usado por Deus, dá inicio a reforma protestante que tinha como base, voltar aos princípios do evangelho, e estes princípios eram pelo menos cinco, conhecidos como as 5 solas: Sola Fide, Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia e Sola Deo Gloria. A Reforma trazia à igreja a essência do evangelho.

No texto em que lemos semelhantemente a situação ao qual citamos na introdução, o apóstolo Judas, alerta os cristãos sobre ensinamentos de alguns líderes que surgem e nos distanciam da essência do evangelho. O apóstolo faz um alerta dizendo que esses falsos líderes, pervertem a verdade (v.s.4), que eles são como “sonhadores alucinados”(v.s.8), “murmuradores e interesseiros” (v.s.16) e que “não possuem o Espírito” (v.s.19) descrevendo-os ainda de muitas outras características. Assim como Lutero editou suas teses pautando-as em alguns pilares que as sustentassem, Judas nos versículos 20 e 21, nos mostra onde a vida cristã deve estar pautada.


1ª A pilastra da Fé: “edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé” Judas 20
A fé é uma das pilastras que sustentam nossa vida cristã. Esta pilastra nos sustenta, pois nos leva a experimentar momentos inesperados e inalcançáveis por nós mesmos, nos sustenta, pois, nos leva a superar as dificuldades, nos sustenta, pois, nos leva a termos comunhão com Deus, pois, mesmo não o vendo nós o sentimos e o servimos. 
No que diz respeito a nossa justificação, ela acontece apenas pela graça, por causa de Cristo e por intermédio da fé. (Ef 2:8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus). 
A fé é verdade, é absoluta, é real, é incontestável, é necessária para o mantimento da vida cristã, gerando em nós testemunhos edificantes. (Hb 11: 1 e 2 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho).
Judas nos diz que nestes tempos de engano e apostasia, é necessário batalharmos por nossa fé. (Jd 3). A fé é uma pilastra que nos sustenta.

2ª A pilastra da oração: “orando no Espírito Santo” Judas 20
Esta pilastra é fundamental no alicerce da vida cristã.
Através da oração nos relacionamos com Deus, nos abrimos com Deus, falamos e ouvimos a Deus. A prática da oração requer investimento de seu tempo, disposição de sua vida, requer sinceridade. Seja com palavras ou com a voz do coração, nós precisamos orar. Judas diz que devemos orar no Espírito Santo, mas o que significa isso? Orar no Espírito Santo significa, orar por meio do Espírito Santo, com a ajuda do Espírito Santo, na esfera do Espírito Santo, em conexão ao Espírito Santo e para saber a vontade de Deus. Após se fardar com toda a armadura de Deus, Paulo diz em Efésios 6:18, orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito. Falamos da oração, escrevemos sobre a oração, lemos sobre a oração, pregamos sobre a oração, mas não temos uma vida oramos.

3ª A pilastra do Amor: “Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus“ Judas 21
A pilastra do amor revela a essência do evangelho. Tanto na antiga como na nova aliança, o amor diz respeito ao amor de Deus pelo homem, ao amor do homem por Deus e o amor do homem para com seus semelhantes. No grego, a palavra que traduz este amor, acima citado, é “ágape.”
Jesus revelou o quanto Deus nos ama, também mostrou a importância de amar a Deus sobre tudo (Mt 22:37 Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento). Jesus disse que o amor é o segundo mandamento (Mt 22:39 Amarás o teu próximo como a ti mesmo.) e disse também que somos seus discípulos quando amamos o próximo (Jo 13:34 e 35 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros). O apóstolo João escreve tanto sobre o amor e dentre tudo o que ele diz, pode-se destacar, o que está em 1 Jo 4:20 (Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu). Em suas 13 cartas, o apóstolo Paulo destaca a importância de praticar o amor para com o semelhante, podemos destacar quando ele diz em, Rm 13: 8-10 (A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor). Mas Paulo chega ao ápice de demonstrar o valor do amor em 1Co13.
E neste texto, Judas destaca que além da pilastra da fé e da oração, precisamos conversar a pilastra do amor de Deus em nós (v.s.21a).

4ª A pilastra da esperança:” esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.”Judas 21
A pilastra da esperança é que nos dá força para continuarmos caminhando. Esperança está relacionada a espera, expectativa, aguardo e perseverança. Paulo nos revela o processo para a que a esperança seja gerada em nós, Rm 5: 3-5 (mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança.E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado).
É preciso ter esperança a respeito das coisas desta vida, mas principalmente em relação à vida eterna, por isso, Judas diz no verso 21, que “esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.” 
Por isso, Paulo também diz: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” Romanos 8:18 

Para que nossa vida cristã tenha uma base forte, é necessário que tenham todas as pilastras, nenhuma subestima a outra, nenhuma substitui a outra, mas todas ajudam a estabelecer uma vida cristã de exemplo, frutos e que honre a Deus. Por isso, tenha a pilastra da fé, da oração, do amor e da esperança.

Por Kayo César

Nenhum comentário:

Postar um comentário