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segunda-feira, outubro 17, 2011

Estudo: A Festa de Purim

Purim é uma festividade judaica celebrada durante os dias 14 e 15 do mês de Adar (nome babilônico dado ao décimo segundo mês do ano judaico, correspondente aos meses de fevereiro-março do nosso calendário). A Festa de Purim está descrita no livro de Ester, no capítulo 9. Vem da palavra “pür”, ou “sortes”, Et 3.7; 9.24, 26. Durante o reinado de Assuero, provavelmente o Xerxes histórico (485-465 a.C.), mas possivelmente também Artaxerxes II (404-359 a.C.), Hamã, o vizir, resolveu massacrar todos os judeus do império persa. Visto ser homem supersticioso, lançou sortes (pür) para encontrar o dia mais auspicioso para isso.
Instigado por Hamã, o rei Assuero instituiu um decreto ordenando a todos os príncipes, governadores de províncias e os servos do rei, que “destruíssem, matassem, e lançassem a perder a todos os judeus desde o moço até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que saqueassem o seu despojo”, 3.12,13. Diante do decreto, Ester convocou todos os judeus para um jejum de três dias, onde todos se humilharam, esperando o divino livramento. Deus concedeu a Ester todas as estratégias necessárias para operar o livramento. Embora o nome de Deus não apareça no livro, a Sua mão e presença é patente e latente em cada versículo do mesmo.
Diante do malogro experimentado por Hamã, em face dos novos decretos reais, o que causou a sua morte e de toda a sua família, a festa foi instituída por Mardoqueu e a rainha, em comemoração ao livramento dos judeus da destruição total, que fora decretado pelo rei Assuero, Et 9.23-28. No mesmo dia em que os judeus seriam mortos e saqueados, eles foram autorizados pelo rei a se defenderem e saíram vitoriosos. Em virtude de Hamã ter usado a “pür”, lançando sorte sobre o dia em que a matança ocorreria, decorreu o nome “Purim”.
A mais antiga referencia a essa festividade, fora do V.T., fica no apócrifo 2 Macabeus 15.36, onde um decreto é feito, em 161 a.C., para celebrar anualmente a derrota de Nicanor por Judas Macabeu no “décimo terceiro dia do décimo segundo mês, que no idioma sírio é chamado Adar, o dia anterior ao de Mardoqueu (Mordecai)”, o que dá a entender que a festa de Purim era celebrada no dia 14 de Adar. Josefo corrobora esse dado, (Antiguidades xii.10.5) e que a festa de Purim era observada nos dias 14 e 15 de Adar, (Antiguidades xi.6.13).
O Dia de Nicanor não foi mais observado depois do séc. VII d.C., mas o dia 13 de Adar gradualmente foi sendo incluído na festa de Purim. Em contraste aos dias 14 e 15, que eram dias de vivas celebrações, o dia 13 de Adar era um dia de jejum. Nos dias desta festa, observada um pouco antes da páscoa, o livro de Ester é lido nas sinagogas até hoje, e a cada vez em que é mencionado o nome de Hamã, a congregação solta gritos e vaias.
No costume moderno, depois de escurecer, acendem-se as velas, e inicia-se a leitura do livro de Ester, escrito em um rolo. Na leitura, ao chegar a palavra “Hamã”, o povo exclama: “Seja apagado seu nome!”; “Pereça o nome dos perversos!”. Ao acabar a leitura, o povo exclama: “Maldito seja Hamã; bendito seja Mordecai; maldita seja Zeres (mulher de Hamã); bendita seja Ester; malditos sejam todos os idólatras; benditos sejam todos os israelitas, e bendito seja Hardona, que enforcou a Hamã”. Ao findar este culto na sinagoga, o povo passa a festejar, com comidas e atividades especiais. Há um provérbio judeu que diz: “o templo pode cair, mas nunca a festa de purim”.

Por Alaid S. Schimidt

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