Que os anjos pecaram está claro em 2 Pe 2.4: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservado para o juízo”; “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio”, 1 Jo 3.8. Acreditamos que os anjos foram criados (originados) em estado de perfeição.
No relato bíblico da criação, em Gn 1, lemos seis vezes que o que Deus fizera era bom, vs. 4, 10, 12, 17, 21, 25, e no v. 31 encontramos as palavras: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade. Nenhum texto bíblico levanta dúvidas acerca de terem os anjos sido criados
perfeitos. O texto de Ez 28.15 diz: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado”.
Temos informações bíblicas que parte dos anjos deixou seu próprio principado e habitação original perfeita, Jd 6; 2 Pd 2.4, para criar raízes do mal, Sl 78.49; Mt 25.41; Ap 9.11 e 12.7-9. Satanás foi o “chefe” desta rebelião, Is 14.12; Ez 28.15-17. Os pecados dos anjos estão descritos em Ez 28.1-19 e Is 14.13,14. Primeiramente Lúcifer (depois conhecido por Satanás), dotado de grande prosperidade, inteligência e beleza, Ez 28.2-5; 12-14, deixou que a iniqüidade tomasse conta do seu ser. O pecado nasceu em seu interior, quando ele desenvolveu uma ambição desmedida em seu coração e a concupiscência de ser mais que Deus: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas
nuvens, e serei semelhante a Deus”, Is 14.13,14.
Lúcifer desejou uma posição ao lado de Deus no céu, em condições de igualdade, lugar este reservado a Cristo, Ef 1.20. Ao dizer “subirei ao céu”, ele demonstrava esse desejo pecaminoso. A cobiça tomou conta do seu coração: “exaltarei o meu trono”. Satanás queria seu trono sobre todo principado, potestade e domínio, lugar este prometido a Cristo, Ef 1.21. A ambição e o orgulho vieram do seu desejo de reinar sobre o povo de Deus, privilégio este dado ao Messias prometido, Is 9.6,7: “me assentarei no monte
da congregação”.
Lúcifer também pecou pelo desejo de usurpação da glória, do poder e autoridade que somente pertence a Deus e a Cristo, Jo 17.5; 8.58: “subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. Em Is 28.16 diz-nos que o seu interior ficou cheio de violência e o v.17 mostra que sua sabedoria foi corrompida. Em Jo 8.44 Jesus diz que Satanás é “mentiroso e pai da mentira”. Portanto, a mentira é um dos pecados e uma das principais características do caráter dos anjos caídos. Em Jo 8.44a fala ainda que ele
é “assassino”, portanto um ser perverso que existe para “roubar, matar e destruir”, Jo 10.10.
Resumindo, Satanás queria ser o possuidor dos céus e da terra. O seu pecado foi a soberba, 1 Tm 3.6 e pode ser caracterizado como o de falsificar Deus (ser semelhante ao Altíssimo) e, através do engano, tentar simular e imitar o poder de Deus, para, assim, receber a adoração devida a Ele e tentar tomar-Lhe o lugar, tentar ser igual a Deus. Satanás conseguiu seduzir parte dos anjos criados por Deus e que viviam no cenário do céu, Ap 12.9. Satanás representa, com os seus anjos; as “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”, Ef 6.12.
Estudo feito por Ev. Alaid S. Schimidt
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