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terça-feira, janeiro 03, 2012

Estudo: Perdão


O perdão é a mais sublime virtude do homem e o mais belo atributo do caráter amoroso de Deus. Perdão representa remissão de uma falta, ofensa ou dívida, bem como a remissão de uma pena. O perdão é uma prática necessária e fundamental nos relacionamentos do ser humano com Deus e com o próximo. É impossível viver bem e feliz, sem possuir um coração humilde, que sabe pedir perdão, e um coração liberto, que sabe perdoar. Perdoar é estar em consonância com a divindade, pois ao Senhor pertence o perdão, Sl 130:4; Dn 9:9.  
Existe uma tripla expressão do perdão. Perdoar representa, literalmente, “suspender” ou “tirar” a culpa; representa, ainda, “cobrir”, que literalmente quer dizer “esconder” ou “ocultar”; e, também, “não atribuir”, literalmente “enumerar” ou “calcular”. A existência do perdão, assim, está relacionada ao esquecimento da culpa ou transgressão, a não calcular os prejuízos, a não enumerar as falhas e a esconder todo o mal que pode ter advindo da ofensa.
Considerando que todos os seres humanos são pecadores e vítimas das conseqüências morais e mortais do pecado, rompendo o elo da comunhão, ninguém deve se sentir superior a ninguém. Porque “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, Rm 3:23. Assim como a mulher precisa ser perdoada por Deus e pelos que a cercam, ela também deve aprender a perdoar. Não há tamanhos diferentes de pecados, apenas diferença nas conseqüências de cada pecado. Porém, todo pecado, seja qual for a sua extensão, é contra Deus, Sl 51:3,4. Se, mediante o arrependimento e a confissão do pecado, Deus perdoa o ser humano, como negar o perdão ao próximo?
Quando os discípulos perguntaram ao Senhor acerca do perdão devido ao próximo, entendendo que sete vezes seria um número satisfatório, Jesus disse que não apenas sete, mas setenta vezes sete era o número de vezes que eles deveriam perdoar, Mt 18:21,22. Embora o número sugerido por Jesus pareça suficiente, cada vez que lermos esta passagem ele se renovará. A cristã somente tem segurança, porque o Senhor a perdoa todos os dias da sua vida, cancelando os seus pecados e lançando-os no mais profundo abismo. O perdão lhe garante livre acesso à presença de Deus. Nisto está firmado o sistema de sacrifícios rituais da lei judaica e o sacrifício expiatório de Cristo: o cancelamento da dívida do pecador, em vista do perdão do ofendido.
Da mesma maneira que a pessoa é perdoada por Deus, ela carece do perdão permanente das pessoas do seu convívio, porque as suas imperfeições se manifestarão, virão os momentos conflitantes, suas falhas ficarão a descoberto e somente o amor perdoador dos que a rodeiam poderá cobrir suas falhas. Assim também, ela deve exercitar o perdão diário para com seu marido, filhos, parentes, irmãos de fé, colegas de trabalho. Perdoar e esquecer as ofensas é condição “sine qua non” para receber o perdão divino, Mt 6:12. 
Ainda que a pessoa que a ofendeu não venha a se arrepender, nem a pedir perdão, nem mudar de atitude, é muito salutar que haja perdão espontâneo e misericordioso, pois a liberação do perdão faz bem para a alma do perdoador. Carregar pesos de amargas decepções, de rancores e aflições passadas, somente faz mal para a pessoa. Doenças, estresses, depressões e outros problemas orgânicos podem advir da raiva contida, da amargura enraizada e da falta de perdão e esquecimento. Perdoar sinceramente, diante de Deus, traz um alívio imediato para a alma e ajuda a ver a pessoa com outros olhos, num outro prisma, o que vai concorrer para que a bênção divina venha a ser derramada em seu coração.

Por Alaid S. Schimidt

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