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segunda-feira, janeiro 23, 2012

Reflexão: Conversão Diária


Joel 2.12-14: “Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para o SENHOR vosso Deus?”

A tendência atual dos religiosos é amenizar as exigências da conversão e apresentar um plano mais fácil, onde as pessoas são levadas a pensar em usufruir os benefícios das promessas bíblicas sem passar pelo cadinho das tranformações exigidas por Deus para alcançá-las. Uma geração light está sendo agregada às igrejas, sem o devido compromisso e sem experimentar a verdadeira conversão. Cegos conduzem cegos pelos caminhos que, parecendo fáceis e direitos, podem levar à condenação eterna.
A profecia de Joel foi dirigida aos crentes, aos líderes religiosos, não aos incrédulos, embora possa aplicar-se a eles. É uma chamada de Deus ao arrependimento e à genuina conversão, com promessas maravilhosas aos que a atenderem.
Conversão significa “mudança de direção”. Quer dizer que estou andando por um caminho e descubro que é um caminho perigoso, errado ou sem futuro; daí, resolvo voltar nos meus passos e tomar outra direção. 
Antes de tomar a resolução de voltar nos meus passos, de mudar a direção, passo por uma fase essencial: a da consciência. Quando caio em mim de que estou tomando rumos que me podem prejudicar no meu relacionamento com Deus e com o meu próximo, então dou o próximo passo, que é o do arrependimento. O arrependimento é fator decisivo na conversão, já que por meio dele resolvo dar mais um passo, que é a ação. A ação vai me levar à transformação. Essa última fase é condição básica e única para a conversão, pois ela me leva a mudar as minhas atitudes e assumir a vida de Cristo em mim. 
A conversão não é um fato acabado em nossas vidas: levanto as mãos, aceito Jesus, faço um cursinho, sou batizado, vou congregar com os salvos, resolvo dar o dízimo, tomo ceia, pronto. Não! A conversão é um processo diário de trato espiritual, onde faço a revisão da minha vida, das minhas atitudes, dos meus comportamentos e procuro me aperfeiçoar a cada momento, procurando me adequar aos parâmetros da Palavra de Deus.

Devo ter consciência de que sou falho, tenho defeitos, cultivei uma natureza anterior nem sempre condizente com a Palavra de Deus, recebo influências, então eu vou errar, sair do Caminho, tomar rumos inesperados. Porque sou humano, não Deus. Porisso preciso da conversão todos os dias, já que só Deus pode me ajudar a vencer, primeiro a mim próprio, depois, às situações que a vida me apresenta. 
Uma cidade sem lei e sem policiamento é candidata à bandidagem, à desordem e ao caos total. Assim também, devo me aprofundar no conhecimento da lei de Deus e, por ela, policiar todas as áreas da minha vida, para que o inimigo não venha roubar as coisas sagradas e impedir o alcance das promessas que Deus determinou para a minha vida.
Sempre que eu errar, sempre que eu me obstinar, sempre que eu entender que meus passos me conduzem a caminhos ruins, preciso me converter ao Senhor. E o profeta Joel dá a receita: por meio de jejuns, pranto e choro. Com o coração rasgado, quebrantado, com a alma rendida à vontade de Deus. Então, a conversão tem um preço. É o preço da renúncia, do esforço, da humilhação, da volta a Deus, da oração com quebrantamento. 
Conversão: é fácil falar. Difícil é agir. Principalmente quando achamos que sabemos tudo, que temos tudo, que podemos tudo. Quando atingimos patamares de cargos, de conhecimento humano, de prosperidade, de desenvoltura, até mesmo de apresentação estética, achamos que não precisamos da conversão. Ou então, quando, em face aos sofrimentos, desilusões, frustrações e perdas, endurecemos o nosso coração. Quando assumimos mecanismos de defesa que nos impedem de mudar as atitudes. Mas ela é necessária como garantia da nossa eternidade com Deus.
A conversão deve ser feita a Deus: “convertei-vos a mim”, diz o Senhor. E deve ser de todo o coração. Não podemos nos firmar em conceitos humanos de “uma vez salvo, sempre salvo”. Assim se firmaram os retratados em Mateus 7 e Lucas 13. Jesus falou, em duas ocasiões diferentes, sobre a cena apavorante do julgamento, onde homens, esperando ser aceitos, receberam a condenação, Mt 7.21-23 e Lc 13.22-30. 
Concluindo, a conversão verdadeira exige uma mudança radical de vida a quem se intitula “cidadão dos céus”. Paulo orienta a “matar o velho homem” e “revestir-se do novo homem”, descrevendo com minúcias as mudanças exatas que a pessoa realmente arrependida precisa se sujeitar, abandonando os maus hábitos e assumindo posturas adequadas”, Ef 4.17-32; Cl 3. 
O resultado da conversão é o alcance de bênçãos, riquezas espirituais incomparáveis, porque Deus “é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal”. Ele prometeu derramar o Seu Espírito sobre toda a carne que a Ele invocar, a Ele se converter e Nele se firmar. As verdadeiras bênçãos de Deus dependem somente desse aspecto: conversão.

Por Alaid S. Schimidt

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