Na criação Deus estabeleceu três tipos de relacionamento para o homem:
- Com Deus;
- Entrei si;
- Com a criação;
Todos esses relacionamentos foram deturpados na queda. Perdemos a comunhão com Deus, Adão e Eva culpou um ao outro pelo que aconteceu e toda terra foi amaldiçoada.
Então, o plano de restauração de Deus inclui a restauração desses três tipos de relacionamento, do homem com Deus, do homem e seu próximo e do homem com a terra e demais criaturas.
A Bíblia nos diz em romanos 8:18-23 “que toda a criação geme”, “com dores de parto” esperando a restauração da criação, “novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13).
Paulo diz que a criação geme pela libertação de seu estado atual, assim como nós “também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8:23).
Assim como nos preocupamos em cuidar de nosso corpo influenciados por essa esperança, devemos também cuidar e aumentar a consideração que temos pela terra e toda criação agora.
Qual, então, deveria ser nossa atitude para com a terra?
A Bíblia afirma que “do SENHOR é a terra e a sua plenitude” (Salmos 21:1), ou seja, Ele é dono de toda criatura e criação, de toda terra, e afirma também que “a terra a deu aos filhos dos homens.” (Salmos 115:16), o SENHOR delegou ao homem a responsabilidade de preservar e desenvolver a terra.
Tendo isso em mente, como então devemos nos relacionar com a terra?
- Não devemos deificar a natureza
Existem muitos movimentos que cometem esse erro, tratam a natureza como uma divindade, dão a ela status de criadora e não de criação, atribuem a criatura a gloria que é totalmente de Deus. Vejamos alguns desses movimentos:
- Panteísmo: os panteístas acreditam que tudo e todos são partes que compõem um deus, unificam o Criador com a criação, para eles tudo é Deus. Mas sabemos que “no princípio criou Deus o céu e a terra” (Gênesis 1:1) e que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).
- Animismo: os animistas atribuem características divinas a todos os elementos naturais. Isso é consequência da natureza caída dos homens que “mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente” (Romanos 1:25).
- Gaia: o termo Gaia, vem da deusa grega “Gaia”, deusa da Terra. Esse movimento atribui a adaptação, ordem e perpetuação da natureza a ela mesma.
- Devemos evitar a exploração exaustiva da natureza
Não devemos tratar a natureza como se nós fossemos deuses, mas também não devemos explora-lá exaustivamente. Vemos em Gênesis 1:27-28 que Deus comissionou o homem para que sujeitasse e dominasse a terra, mas isso não quer dizer que Ele a entregou para ser destruída por nós, devemos dominar a terra de forma responsável.
- Devemos cooperar com Deus
Deus criou a terra, mas disse-nos para sujeita-la. Ele plantou o jardim, mas colocou Adão “para o cultivar e o guardar” (Gn 2:15). Deus deseja que conservemos a terra e que manipulemos para o bem de todos.
A Crise Ecológica
A crise ecológica tem sido explorada de varias formas, mas geralmente aborta quatro aspectos:
- Crescimento populacional acelerado no mundo
Segundo a ONU, em 1804 a população mundial era de 1 bilhão de pessoas, já no começo do século 21, ela chegou a 6,8 bilhões de pessoas e estima-se que em meados desse seculo chegue a 9,5 bilhões. E a pergunta que não quer calar é: Como alimentar todas essas pessoas?
- Depleção dos recursos da terra
Depleção significa uma redução drástica de alguma coisa, muitos recursos que não podem ser repostos, como florestas, agua e petróleo, estão sendo usados sem o menor limite.
- Descarte de lixo
Com o crescimento da população outro problema se torna evidente, como tratar a crescente quantidade de lixo que produzimos? Um estudo disse que em 1994 um adulto produzia o seu peso em lixo a cada três meses, esse numero deve ser maior atualmente.
- Mudança climática
De todos os problemas esse é o mais sério. Nos anos 80 e 90 o grande problema era o buraco na camada de ozônio, camada essa que nos protege dos raios ultravioletas. Com o tratado de Montreal a emissão dos gases CFC foi diminuída e o buraco se fechou.
Atualmente o grande problema é o “efeito estufa”, que é causado pelos “gases da estufa” (principalmente dióxido de carbono) que impede que a emissão infravermelha, deixando a terra mais quente e alterando o clima em todo o planeta.
O que o discípulo radical pode fazer para cuidar da criação?
- Use menos energia:
- Desligue da tomada aparelhos que não estão em uso;
- Reduz o tempo de uso do chuveiro elétrico;
- Troque lampadas convencionais por lampadas fluorescentes.
- Tente produzir menos lixo:
- Não use copos descartáveis;
- Não use sacolas plasticas no mercado, leve sua própria bolsa;
- Separe o lixo para coleta seletiva;
- Não jogue baterias e pilhas em lixo comum, existem pontos de coleta.
- Racione o uso de água:
- Tome banhos rápidos;
- Feche a torneira enquanto escova os dentes;
- Não use água para “varrer” a calçada;
- Reutilize a água da maquina de lavar;
- Lave o carro com um balde.
- Evite o desperdício:
- Pense antes de imprimir algo;
- Imprima dos dois lados do papel;
- Não desperdice alimentos;
- Não jogue fora roupas usadas, doe;
- Popula menos:
- Caminhe mais e dirija menos;
- Dê caronas;
- Mantenha seu carro regulado;
- Use transporte coletivo;
- Não queime lixo;
Conclusão
“É totalmente inexplicável ouvir alguns cristãos afirmarem que amam e adoram a Deus, que são discípulos de Jesus, mas, mesmo assim, não se preocupam com a terra, que carrega seu selo de propriedade. Eles não se importam com o abuso que a terra sofre e, realmente, considerando seus estilos de vida esbanjadores e por demais consumistas, conspiram contra isso. Deus deseja [...] que nosso cuidado com a criação reflita nosso amor pelo Criador.” (Chris Wright).
“Eis que os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt 10:14).
Deus abençoe,
Att: Osmar Junior.
*Esse texto é um resumo do capitulo 4 do livro Discípulo Radical de John Stott.
*Esse texto é um resumo do capitulo 4 do livro Discípulo Radical de John Stott.