É a doutrina segundo a qual uma só e mesma alma é o princípio da vida e do pensamento. Monodinamismo é o mesmo que Animismo, comumente mencionado como panpsiquismo ou hilozoísmo. Modo de pensamento ou sistema de crenças em que se atribui a seres vivos, objetos inanimados e fenômenos naturais um princípio vital pessoal, isto é, uma alma.
O monodinamismo traduz a idéia de que todas as coisas do Universo são investidas de uma força de vida, alma ou mente. Filosoficamente, o monodinamismo é o oposto do materialismo. Um animista filosófico argumentaria, por exemplo, que uma pedra ou uma árvore não é meramente um aglomerado de átomos e moléculas (materialismo), mas, pelo contrário, possui uma “conscientização” das forças ou dos outros corpos que estão ao redor.
Embora seja encontrado mais freqüentemente nos círculos filosóficos, o animismo é um importante elemento da vida religiosa dos povos primitivos. É também comum aparecer nos círculos de ocultismo e espiritismo.
Para o monodinamismo, existe o deus sol, a divindade lunar, o trovão, a montanha sagrada, os espíritos da água, do fogo, do vento e tantos outros. A crença de que fenômenos e forças da natureza são capazes de intervir nos assuntos humanos constitui o fundamento de todas as idéias religiosas consideradas animistas.
Em sentido mais técnico, conhece-se por esse nome a teoria formulada pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor em sua obra “A cultura primitiva”, 1871. O animismo, segundo essa teoria, é a primeira grande etapa da evolução do pensamento religioso, que indefectivelmente continua pelo politeísmo até culminar no monoteísmo. Para Tylor, a origem da noção de alma está nas experiências do adormecimento, da doença, da morte e, sobretudo, dos sonhos, que levam a imaginar a existência de um "duplo" insubstancial do corpo. Esse princípio da vida e do pensamento pode atuar com independência e até sobreviver ao corpo depois de sua morte. A crença em que a alma perdura explica o culto aos mortos e aos antepassados. Mais tarde, por analogia com os seres humanos, começa-se a considerar dotados de alma, os animais e as plantas.
Desde o momento em que, dando um passo além, se alcança a concepção de espíritos independentes que podem encarnar-se nos mais diversos objetos, aparece o fetichismo e, com ele, o culto à natureza, isto é, a rios, árvores, fenômenos atmosféricos etc. Quando se chega a venerar um só deus dos rios, outro das arvores etc., alcança-se a etapa politeísta, própria dos povos "semi-civilizados", em que são cultuadas personificações das forças da natureza, das quais depende a prosperidade e até a sobrevivência do grupo. Por fim, a transição para o monoteísmo pode produzir-se de vários modos; o mais simples deles é atribuir a supremacia a um dos deuses, diante do qual, os outros acabam empalidecendo.
Por sua clareza, sugestibilidade e grande simplicidade evolutiva, a obra de Tylor exerceu grande influência. Contudo, os estudos posteriores abalaram quase todas as suas teses. Em primeiro lugar, não se pode afirmar hoje que todas as religiões se tenham constituído seguindo a pauta que ele propõe. E mais: existem comunidades arcaicas em que surge a crença num ser supremo sem que tenha havido a fase do animismo. Também não é certo que o fetichismo esteja sempre ligado ao animismo; muitas vezes, aparece unido à magia. Por outro lado, existem crenças segundo as quais os homens possuem não só uma, mas várias almas, fenômeno em que Tylor nunca reparou. Isso sem mencionar a objeção prévia da inexistência de um procedimento certo que permita conhecer as primeiras crenças dos homens.
Apesar de tudo, reconhece-se na teoria de Tylor o grande valor de ter mostrado a conexão entre o animismo e o culto aos mortos, o xamanismo etc. E, sobretudo, de ter iniciado uma forma de abordar as crenças dos povos primitivos, as quais ele viu como uma tentativa de racionalizar a experiência, e não como manifestações de uma mentalidade pré-lógicas ou como meras representações simbólicas da ordem social.
Estudo feito por Ev. Alaid S. Schimidt
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