O número dois representa unidade, decisão, divisão ou testemunho. Unidade, quando dois são concordes e co-dependentes em alguma coisa ou situação, por exemplo o casamento ou a formação de uma sociedade (Ec 4.9-12). Decisão, quando se tem à frente duas alternativas e deve-se optar por uma delas (Dt 30.17-20; Js 24.15). Divisão, quando há discordância entre pessoas, idéias ou efeitos (Gn 1.4b; Is 60.1-2; Am 3.2; 2 Co 6.14-16). E testemunho, quando se exige que, para acusação ou defesa, legalmente o testemunho de dois sirva para a elaboração de um documento (Dt 19.15; 1 Tm 5.19; Zc 4.3).
Analisando alguns aspectos do número dois, veremos tais representações identificadas nos fatos a seguir:
• Existem duas realidades que não podemos ignorar: uma, que a vida é de frágil duração e a qualquer momento a morte pode nos chamar, avisando-nos ou não (Sl 90.10; Is 40.6-8; Is 38.1; 2 Tm 4.6-8); outra, que a volta iminente do Senhor, profetizada e caracterizada por meio de sinais, pode ocorrer também a qualquer momento, sem qualquer aviso (Mt 24.36-44; 2 Pe 3.8-10).
• Estas realidades nos colocam diante de duas considerações: uma, de que as pessoas agem, andam, falam, usam, vestem e se comportam como bem entendem, usando do seu livre arbítrio. Elas se baseiam nos mapas indicativos do diabo, em todas as suas formas de promover a deturpação humana, por meio da comunicação representada, escrita ou falada, (Mt 24.38,39; Rm 1.28-32). Outra, de que Deus julga, corrige, castiga e galardoa conforme a Sua Palavra contida nas Escrituras Sagradas. As ações dos homens e as de Deus se confrontam na realidade irrefutável da eternidade da alma (Jo 12.48; Hb 4.12).
• A eternidade reserva apenas dois destinos para a alma humana: o céu (Jo 14.1-3; Ap 21) e o inferno (Mt 25:41; Mc 9:48). Tanto o céu como o inferno são conquistados no período que a pessoa tem de vida na terra.
• Os locais do destino eterno da alma conduzem ao domínio de dois soberanos: um Deus, o Pai das luzes, o Pai da eternidade, o Senhor absoluto de tudo o que existe, Aquele que tem as chaves da morte e do inferno e o poder para decidir o destino eterno da alma humana (Tg 1.17; Is 9.6; Sl 47.2; Ap 1.18). Outro, Satanás, que engana, destrói, incita ao pecado e mantém o ser humano aprisionado pelo jugo do pecado (Jo 8.34,44; 2 Co 2.10-11).
• Estes destinos mostram duas verdades inevitáveis: a grandeza da salvação é vista em oposição ao horror da condenação. Devemos aceitar Jesus e nos tornar salvos pela graça, mediante a fé, recebendo o perdão divino e a remissão dos nossos pecados (Jo 1.12; Ef 2.8,9; At 3.19; 4.12); ou somos condenados por decisão de Deus, que proveu para nós os meios de salvação e não nos viu apropriar deles (Jo 3.16-21).
• O inevitável exige do ser humano a consciência de que há somente dois caminhos: um, o caminho estreito cuja porta também é estreita, chamado de caminho santo, onde o homem tem que passar em obediência à Palavra de Deus; outro, o caminho largo com porta larga, onde o homem passa em obediência às suas próprias vontades (Is 35.8; Mt 7.13,14; 21-27). A consciência dos caminhos leva à decisão de fazer a vontade de Deus ou não.
• Deus tem apenas duas vontades universais: uma, de que todos os homens se arrependam e cheguem ao conhecimento da salvação (1 Tm 2.4-6), outra, a santificação dos salvos (1 Ts 4.3-5). Sem salvação e sem santificação o homem deixará de gozar todos os benefícios que Ele tem reservado para os Seus e jamais verá a Deus (Hb 12.14).
• Escolhendo a salvação, o homem tem somente duas opções: servir a Deus, renunciando ao ego e buscando realizar a Sua boa, agradável e perfeita vontade (Jo 15.16; Rm 12.1,2) ou ficar dentro da Igreja, determinando por si próprio como e quando prestar serviços a ela, coxeando entre dois pensamentos (1 Re 18.21; 2 Re 17.32-39).
• A opção de servir a Deus gera duas posturas essenciais à caminhada terrena do homem: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.13-14). Temor e obediência são as palavras-chaves para aquele que deseja ser aprovado por Deus, ter uma vida vitoriosa e alcançar, no final da jornada, o céu de glória.
Soli deo gloria
Estudo feito por Ev. Alaid S. Schimidt
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