Mãe do marido, em relação à mulher; mãe da mulher, em relação ao marido. A sogra é uma personagem central na vida da família, transformada em alvo fácil de gracejos e tiradas espirituosas pelos genros e criticadas pelas noras. A primeira menção bíblica referente a sogra se encontra em Dt 27:23, onde o Senhor determina uma maldição sobre o homem que se deitar com a mãe de sua mulher. Em Lv 18 há uma relação de normas acerca do casamento considerado ilícito pelo Senhor, com proibição do relacionamento íntimo entre pessoas da mesma família, por razões físicas, sociais e morais. Tais relacionamentos, comuns nas religiões e culturas pagãs, rompiam com a vida familiar e social e demonstravam falta de consideração pelo valor próprio e de outros. Atualmente, a sociedade comete tais práticas e procura torná-las aceitáveis. Mas, aos olhos de Deus, elas continuam sendo abomináveis.
O relacionamento com a sogra é objeto de muitas anedotas e brincadeiras de mau gosto. Todavia, tal relacionamento deve ser motivo de uma conquista, pois a Bíblia registra a existência de um mal-estar principalmente entre a nora e sua sogra. Tal fato é profetizado por Miquéias, quando o Senhor relata a situação espiritual degradante a que chegara Israel, revelando-se no trato familiar, 7:6. Quando o Senhor Jesus admoesta acerca do impacto do Evangelho, destacou que ele traria uma guerra, manifesta por meio da divisão na família, onde a nora se levanta contra a sua sogra e vice-versa, Mt 10:35; Lc 12:53.
Deus, ns Escrituras, não se esqueceu das noras, a quem se aplicam tantas passagens relativas ao quarto mandamento, onde se exorta a “honrar pai e mãe” – a mesma honra que a mulher presta à sua mãe, deve prestar à mãe de seu marido, e assim também ensinar aos filhos. Visto à luz do querer amoroso de Deus, o relacionamento sogra-nora – como aliás todas as relações familiares – revela-se bem mais do que uma simples questão de tolerância mútua: é parte integrante e essencial da missão que Deus confia a cada uma das suas filhas e a cada um dos seus filhos.
a) A sogra de Rute - O próprio Deus, talvez pensando na necessidade de ajudar as suas filhas neste tema tão espinhoso, deu-lhes no Antigo Testamento uma pequena jóia literária: o Livro de Rute. Nele está registrada a história da sogra mais notável da Bíblia, Noemi, e também da nora mais notável, Rute, ver.
b) A sogra de Pedro - Dentre os muitos milagres realizados por Jesus em Cafarnaum, a primeira história envolvendo mulheres que se tem registro, foi o da cura da sogra de Pedro. Os evangelhos sinóticos registram a história da cura desta mulher, Mt 8:14; Mc 1:30; Lc 4:38. A sogra de Pedro, acometida de febre, teve a sua saúde restaurada imediatamente, após o toque suave das mãos de Jesus. Sabemos que a febre é sintomática, representando a presença de uma infecção no organismo humano. Embora a Bíblia não especifique, a mulher estava sofrendo de alguma infecção que a assolara ao ponto de estirar-se numa cama. Ela era importante para sua família, pois tão logo Jesus entrara na casa de Pedro e André, já comunicaram a sua doença e pediram ao Senhor que a curasse.
Cada evangelista relata o fato à sua maneira: Mateus disse que Jesus tocou na mão da sogra de Pedro e a curou. Marcos, que Jesus a ajudou a levantar-se. Lucas disse que Jesus repreendeu a febre e esta desapareceu. Esses relatos não são conflitantes. Cada escritor preferiu enfatizar deferentes detalhes da mesma história, a fim de evidenciar determinada característica de Jesus. Por exemplo, Mateus usa esse acontecimento para enfatizar a soberania de Cristo; Marcos, para ilustrar o Seu espírito de Servo; Lucas, para demonstrar a compaixão do Mestre diante das forças ocultas que sacrificam o ser humano. O mais importante nessa história é que essa mulher, tão logo fora curada, levantou-se e foi servir ao Senhor Jesus e aos Seus discípulos. Feliz por ter sido agraciada com a cura, ela demonstrou sua gratidão com um serviço amoroso e voluntário ao Mestre da Galiléia.
Por Alaid S. Schimidt
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