Há pais maravilhosos na terra. Homens responsáveis, dedicados, crentes ou não, que dão à sua família a primazia e lutam pela harmonia entre aqueles que a compõem. Eles semeiam valores saudáveis para que seus filhos colham bons frutos no decorrer de suas existências.
Há pais cristãos que oram, jejuam, buscam a Deus para que sua família seja salva e abençoada. São os sacerdotes do seu lar, os profetas de suas famílias, o exemplo a ser imitado pelos seus filhos. Eles se responsabilizam pela alma de seus filhos e lutam para que conheçam a vida eterna.
Há pais na terra que nunca poderiam ser pais. Irresponsáveis, violentos, agressivos, indiferentes, sem amor e afeto, incoerentes em suas ações e indignos em suas atitudes. Eles semeiam o mal, a discórdia, a tristeza e o sofrimento, gerando filhos traumatizados, revoltados, os quais tomam rumos indefinidos em suas vidas.
Na verdade todo ser humano sonha com um pai amoroso, compreensivo, supridor, trabalhador, honesto e que reflita em suas ações a graça e a coerência necessária para promover um ambiente de paz e felicidade no lar.
Feliz ou infelizmente, os pais terrenos nunca podem ser trocados. Eles podem ser substituídos, ignorados, desconhecidos, mas sempre serão os pais biológicos dos filhos que geraram. Mesmo os pais adotivos não podem ser escolhidos, cada qual nasce e cresce no ambiente que lhe é oferecido.
Não há dúvida que as ações do ser humano geralmente são associadas à educação e ao respeito recebido em seu lar. A expressão “tal pai, tal filho” é conhecida e repetida em âmbito mundial. Isto porque o filho reflete o meio em que conviveu com seus pais.
A pessoa pode até fugir, mas sempre estará ligada, pelo sangue, pelo nome ou pelas circunstâncias, à família em que foi gerada. No plano físico, genético e social é assim que as coisas caminham. Ninguém consegue trocar de pai na terra.
Mas todo ser humano, independente da família a que pertence, tem um pai espiritual. Um pai que age nas profundezas do ser e que influencia todas as suas atitudes. Esse pai, sim, pode ser escolhido, trocado e assumido.
A Bíblia nos fala de apenas dois pais que podemos ter no plano espiritual, com reflexos na vida terrena e na vida eterna: o “pai das luzes” ou “pai da eternidade”, que é Deus (Tg 1.17; Is 9.6); e o “pai das trevas”, que é o Diabo (Jo 3.19; At 7.51).
Jesus falou aos religiosos de Sua época e ainda fala, pela Palavra eterna, que o homem pode ser filho do diabo:
“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai: ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”, Jo 8.44.
No v. 42 do mesmo texto Jesus disse que cada qual reflete as obras aprendidas por intermédio de seu pai. O mentiroso, o homicida, o pecador inconverso, tem por pai ao diabo. Infelizmente esse pai pode ser assumido pela tradição familiar ou por escolhas impensadas.
Diz o ditado que “o bom filho a casa torna”. O pecador ou o convertido, no dia em que passar para a eternidade, voltará, sem dúvida, para a casa de seu pai. A pessoa que ama o pecado, que pratica o pecado e que vive sob a influência do pecado, ao findar seus dias voltará para a casa de seu pai, o diabo (Mt 24.51). A pessoa que abandona o pecado e que vive sob a influência do Espírito Santo de Deus voltará, no fim dos seus dias, para a casa do seu Pai, Deus (Jo 14.1-3).
Quando, por tradição, educação e conhecimento recebido o indivíduo vive em práticas condenáveis perante a Palavra de Deus, deve ter consciência de que tais práticas são apenas o reflexo do seu pai no plano espiritual. Se o mentiroso, o homicida, o caluniador, o invejoso, o imoral é filho do diabo, ele pode e deve, por sábia decisão, mudar de pai.
Jesus disse a Nicodemos que o homem pode nascer de novo e trocar de pai (Jo 3.1-6). Se ele nasceu da carne e tornou-se filho de quem o gerou, pode, em sã consciência, nascer do Espírito e tornar-se um filho de Deus, independente das opções de seu pai terreno. Essa decisão é pessoal, vital e extremamente necessária para o destino eterno de cada um.
Vemos, em Jo 1.11-13: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”.
Receber Jesus como Salvador representa escolher a vida agradável a Deus, o Pai de todos os salvos. Nascer de novo representa mudar de pai, mudar de família, mudar de grupo, mudar de atitudes, mudar as preferências. Não representa abandonar a família terrena, mas assumir, junto com ela, a família espiritual composta por todos os que nascem do Espírito Santo.
Quando temos por pai ao Diabo, vivemos na prática da mentira, do engano e do erro, correspondendo apenas aos nossos desejos carnais e viciosos. Quando temos por pai o Senhor Deus, odiamos a mentira, amamos o próximo, valorizamos a família e passamos a ser sal e luz numa terra contaminada pelo pecado (Mt 5.13-16).
Se os filhos do Diabo vivem na prática do erro e do mal, os filhos de Deus vivem na prática do amor, do perdão, da bondade e da misericórdia. Aqueles, são os que destroem os bons costumes, quebram regulamentos, ferem os princípios morais, éticos e espirituais preconizados pela Palavra de Deus. Estes, os filhos de Deus, são os que contribuem para a prática dos bons costumes, valorizam as coisas boas e enchem a terra da verdadeira alegria e felicidade.
Mudar de pai no plano espiritual é urgente para aqueles que desejam desfrutar da paz e felicidade terrena e eterna. Tome hoje essa decisão: busque a Deus, arrependa-se de seus pecados, converta-se ao Senhor e passe a andar na companhia de Jesus e daqueles que se tornaram, por meio Dele, filhos de Deus.
Tenha isto em mente: a eternidade nos espera. Como o pai do filho pródigo o esperava no caminho para sua casa, cheio de bens e dádivas para seu filho, nosso pai espiritual também estará nos portais eternos nos esperando. Se Deus for o nosso Pai, seremos recetbidos com festa, alegria, paz e felicidade (Lc 15.11-24). Se nosso pai for o Diabo, o que nos espera é apenas trevas, choro, ranger de dentes e eterno sofrimento (Mt 13.50; 24.51).
Por Ev. Alaid S. Schimidt
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