1. Definição do termo “Agência”
Agência é um “escritório onde se trata de negócios, geralmente ligados à prestação de serviços”, como por exemplo, agência de viagens ou agência de transportes. Também representa uma “sucursal de repartição pública, de banco, ou de casa comercial”, por exemplo, Agência dos Correios e Telégrafos ou Agência do Banco do Brasil em tal lugar. A palavra é usada ainda para designar “diligência, atividade, trabalho”. “Agenciar”, assim, representa “tratar de (negócios) como representante ou agente”; “tratar ou cuidar de”; “lutar por”; “cavar” (Dic. Aurélio).
2. Agência do Reino de Deus
Já vimos, nas questões anteriores, o que representa a igreja e como o Reino de Deus produz uma geração da Igreja de Deus. A Missão terrestre de Jesus, e mais ainda a Sua morte e ressurreição, têm por alvo formar uma comunidade de fiéis, destinada a perdurar e estender-se no intervalo entre sua vinda histórica e sua volta no fim dos tempos. A mensagem completa de Jesus e os atos essenciais do Seu ministério (principalmente a reunião dos discípulos, a instituição da Ceia e a missão confiada aos apóstolos), demonstram claramente que a idéia da Igreja é central no pensamento de Jesus e dirige todos os Seus atos.
Ao instituir a Sua Igreja, Jesus estava instituindo, na verdade, a agência (sucursal) do Reino de Deus, que daria continuidade à Sua obra na face da terra. Por meio da Igreja, seria formado um povo sobre o qual o Senhor Jesus poderia reinar. Ela, assim, aparece no mundo em conseqüência da ação redentora de Cristo e do dom do Espírito Santo aos apóstolos. A Igreja tem, na sua orientação, a atuação do Mestre por excelência, o Espírito Santo: “Ele vos ensinará todas as coisas”, Jo 14:26. Pertencendo à corporação de Cristo e recebendo a influenciam, treinamento e supervisão direta do Espírito Santo, a Igreja torna-se esse local que trata dos negócios do Reino de Deus.
A igreja como agência do reino de Deus não foi uma decisão dos discípulos, mas do próprio Jesus, O qual chamou os Seus para prestarem um serviço, com diligência, no sentido de aumentar o rol de participantes desse Reino: “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, Mc 16:15; “Ide, fazei discípulos de todas as nações”, Mt 28:19. A forma de ingresso seria a fé e o batismo: “Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, Mt 28:19; “quem crer e for batizado, será salvo”, Mc 16:16.
A Igreja, como agenciadora do Reino de Deus, não conta com seus próprios recursos, mas dispõe deles por delegação, por treinamento e capacitação do Espírito Santo: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas”, At 1:8; e pela operação de Jesus: “Sem mim nada podeis fazer”, Jo 15:5; “Eu vos dou poder...”, Lc 10:19. Ela foi perfeitamente descrita na parábola dos talentos, onde as pessoas recebem encargos conforme as suas capacitações, para efetuar os negócios do reino, Mt 25:14ss. Se as agências no mundo dos homens procuram se instalar apenas em lugares estratégicos, que produzam melhor resultado material, a agência do Reino de Deus – a Igreja- deve expandir-se “em todo o mundo”, “em todas as nações” e “até os confins da terra”. O que o Senhor da Igreja, o monarca do Reino dos Céus espera dos que Ele agencia, é que sejam fiéis e multipliquem os talentos, fazendo aumentar o domínio do Reino, Mt 25:20,21.
Como nas agências terrenas há competição, esta não deve haver na Igreja, a agência de Cristo. Isto porque, o reino não pode estar dividido, Mt 12:25. Mesmo operando com diferentes denominações, tipos de governo e formas de penetração, a Igreja de Deus precisa ter o mesmo objetivo (anunciar e angariar vidas para o Reino de Deus) e estar estruturada nas mesmas bases da fé cristã, Ef 2:20. A Igreja, como agência do Reino, porém, tem um sério e terrível concorrente, que é Satanás, o príncipe do Reino das Trevas. A Igreja, como agência do Reino de Deus, deve garantir a sua proeminência contra Satanás, fazendo-o recuar na luta em prol das almas humanas.
Para cumprir a sua missão, a Igreja deve proclamar o evangelho, operar sinais e milagres, fazer a assistência social e treinar os novos membros por meio do ensino cristão, Ef 2:10. Ela deve ser uma porta aberta todas as horas do dia, para que o necessitado encontre refúgio e socorro em seus momentos de angústia. Além disso, ela deve prover os fundos para a sua própria manutenção e sustento dos seus obreiros, Ml 3:10; Lc 10:7; 2 Co 11:8. Por fim, ela deve preocupar-se em enviar obreiros para a seara, a fim de implantar agências do reino em todas as partes da terra, Rm 10:14,15.
A Igreja, como agência do Reino de Deus, tem um manual, que é a Bíblia Sagrada, e todas as suas atividades devem estar pautadas neste Código de conduta, responsabilidade e penalidade. Toda negociação em torno do Reino deve ter por centro a Pessoa, a Ação e o Senhorio de Jesus Cristo, bem como a Sua glorificação: “O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que tem e a compra”, Mt 13:45,46. Como disse o Senhor Jesus, a Igreja, como agência, deve “negociar” até que Ele volte e, enfim, instale por completo o Seu reino na terra e entregue a ela o reino eterno nos céus. Para isso, ela vai investir todos os seus recursos, se empenhar, através de missões, de literaturas, de pregações por diferentes meios, a fim de que surpreenda o mundo com a mensagem da salvação e conquiste para Cristo as preciosas almas, pelas quais Ele deu o Seu sangue.
Por Ev. Alaid S. Schimidt
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