Consciência vem do latim com + scientia, “com conhecimento”. Assim, consciência significa “ter ciência”, ou seja, percepção de alguma coisa. O Dicionário Aurélio traz as seguintes definições:
“1. Filos.: Atributo altamente desenvolvido na espécie humana e que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo (e,
posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos)
aquela distância em que se cria a possibilidade de níveis mais altos de
integração.
2. P.ext. Conhecimento desse atributo.
3. Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados.
4. Conhecimento imediato da sua própria atividade psíquica.
5. Conhecimento, noção, idéia.
6. Cuidado com que se executa um trabalho, se cumpre um dever; senso de
responsabilidade.
7. Honradez, retidão, probidade”.
Geralmente atribuímos o termo “consciência” à faculdade que o homem tem de distinguir o bem do mal, de que resulta o sentimento do dever ou da interdição de se praticarem determinados atos, e a aprovação ou o arrependimento de havê-los praticado.
A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva. Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência.
Consciência fenomenal é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos “estou ciente” e consciência de acesso se refere a estar ciente de algo, tal como quando
dizemos “estou ciente destas palavras”.
Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte.
A consciência é uma espécie de entidade que tem vida própria, independente da nossa razão. É, talvez, nosso mais rigoroso juiz. É uma voz interior que pode até ser ignorada, mas não pode ser calada. Essa voz que precisa ser obedecida se comunica conosco através da intuição, trata-se de uma comunicação sutil, é uma das portas entre nosso mundo e outros mundos imateriais.
A palavra “consciência” não se acha no VT, mas sim a idéia, logo de início. Adão e Eva, depois de pecarem, ouviram a voz do Senhor, que andava no jardim, Gn 3.8. No segundo acontecimento, na história dos homens, a voz do sangue de Abel clama da terra, Gn 4.10. Já o NT traz a palavra “consciência” repetidas vezes, p.ex.: “acusados pela própria consciência”, Jo 8.9; “boa consciência”, At 23.1; 1Tm 1.5,19; 1 Pe 3.21; “consciência pura”, At 24.16; “testemunhando-lhes a consciência”, Rm 2.15; 9.1; “por dever de consciência”, Rm 13.5; 1 Co 4.4; “consciência fraca”, 1 Co 8.7; “golpeando-lhes a consciência”, 1 Co 8.12; “consciência corrompida”, Tt 1.5; “ineficazes quanto à consciência”, Hb 9.9; “consciência purificada”, Hb 9.14; “sofrendo... por causa da consciência”, 1 Pe 2.19.
A consciência é um atributo essencialmente do ser humano, o qual pode “ouvir” a voz divina e a voz interior, e agir de acordo com níveis de sentimentos éticos, morais e espirituais que encaminhem para o bem. É a consciência (“ciência” do bem ou do mal) que conduz o homem ao arrependimento, à mudança de atitudes, a buscar o perdão, a corrigir seus atos. Os animais – embora nem todos – servem para diversas atividades inerentes ao ser humano, como a alimentação, a indústria, a farmacotécnica e até a medicina. Eles são passíveis de aprendizagem, porém não possuem níveis de onisciência que possam levá-los às mesmas decisões que o ser humano.
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