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terça-feira, maio 15, 2012

Estudo: Morte Sacrificial de Jesus


Teologicamente, um sacrifício representa uma oferta solene à divindade em forma de vítimas ou donativos. O propósito dos sacrifícios, freqüentemente declarado no livro de Levítico, é “fazer expiação” reconciliar pessoas que estavam em inimizade, Rm 5:11. O derramamento de sangue devia acompanhar todas as ofertas de acordo com a religião de Yahweh. Sem isso não havia remissão de pecados. O sacrifício incruento era inaceitável a Deus. É certo que, em alguns casos, como de extrema pobreza, eram permitidas as ofertas sem efusão de sangue, aceitas somente em junção com o sangue do altar, LV 2:2,8; 5:11-13. Porém, não havia exceção aos sacrifícios pelo pecado e pelas transgressões.
O sacrifício de Cristo é um dos principais temas do Novo Testamento. Sua obra salva¬dora é algumas vezes referida por meio de termos éticos, algumas vezes por meio de termos penais, mas freqüentemente também por meio de termos sacrificiais.  Cristo é chamado de cordeiro de Deus que foi morto, cujo sangue precioso tira o pecado do mundo, Jo 1:29,36; l Pe 1:18,19; Ap 5:6-10; 13:8. Um cordeiro era o animal empregado em vários dos sacrifícios da lei. Mais especi¬ficamente, Cristo é referido como o verda¬deiro cordeiro pascal, l Co 5:6-8, como uma oferta pelo pecado, Rm 8:3; Lv 5:6,7,11; 9:2,3; Sl 40:6, e em Hb 9-10 Ele é reputado como o cumprimento dos sacrifí¬cios da aliança de Êx 24, da novilha verme¬lha de Nm 19, e das ofertas do Dia da Expiação.  
O Novo Testamento constantemente identifica nosso Senhor com o Servo so¬fredor de Is 52 e 53, que é uma oferta pela culpa, Is 53:10, com o Messias (Cristo) de Dn 9, o qual haveria de fazer expiação pela iniqüidade, v. 24.  Emprega ainda os termos “propiciar” e “resgate” a respeito de Cristo, dando-lhes um significado sacrificial, e a idéia de ser purificado pelo Seu sangue, l Jo 1:7 é sa¬crificial. A morte de Cristo efetuou reconciliação. Reconciliar significa mudar. A reconciliação efetuada pela morte de Cristo significa que o estado de alienação em relação a Deus em que o homem vive foi mudado, de modo que ele agora pode ser salvo, 2 Co 5:19 . Quando o homem crê, seu antigo estado de alienação de Deus é mudado e ele se torna membro da família de Deus.
Esta doutrina é mais completamente ex¬plorada na Epístola aos Hebreus. O escritor sagrado frisa a importância, no sacrifício de Cristo, de Sua morte, 2:9,14;9:15-17,22,25-28;13:12,20, e o fato que Seu sacrifício está terminado, 1:3; 9:12,25-28; 10:10,12-14,18. Tudo quanto custava algo no sacrifício — a parte do doador e da vítima — teve lugar na cruz; faltava apenas a parte sacerdotal — a apre¬sentação a Deus por parte de um mediador aceitável — e isso Cristo realizou ao entrar na presença de Seu Pai, por ocasião de Sua ascensão. 
A doutrina da salvação é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Por um lado, a maioria dos crentes pode e sabe dizer João 3:16 de cor, ou citar a resposta de Paulo ao carcereiro de Filipos sobre o que é necessário para a salvação, At 16:31. Por outro lado, é de suma importância entender como um Deus-homem totalmente santo poderia se tornar pecado e morrer em benefício de homens pecadores e rebeldes. A verdadeira salvação é aquela oferecida pelo próprio Deus pela morte sacrificial de Seu Filho Jesus Cristo. Não há outro meio pelo qual alguém possa ser salvo da condenação eterna e receber vida eterna, At 4:12.

Por Ev. Alaid S. Schimidt

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