Definição: “Uma pessoa morre para que a outra possa ter vida”.
No Éden, a vida era perfeita, não havia sofrimento, não havia dor, nem morte. Nossos primeiros pais - Adão e Eva, entretanto, fizeram uma escolha equivocada; violaram a lei de Deus e o pecado entrou na raça humana. O homem separou-se de Deus, carregando sobre si uma terrível sentença de morte, a morte espiritual que impõe separação entre o Deus santo e o homem pecador. Apesar de tudo isso, prevaleceu o amor de Deus: enquanto o homem rompia em desobediência, Deus preparou um plano de resgate da sua criatura mais preciosa; o prisioneiro do pecado e escravo do engano não foi abandonado à própria sorte, Gn 3:15.
A sentença de morte fora pronunciada antes mesmo da transgressão; depois, só restava a Deus executar a pena do condenado. A morte era inevitável, mas a partir dessa dura realidade é possível compreender então o sentido desse magnífico título de Jesus - O Filho do homem. A conta ou pena que era nossa foi paga por Deus que se fez homem, sofrendo Ele mesmo, na própria carne (de Jesus) a execução da sentença que nos era inteiramente desfavorável. Por isso, Isaías profetizara setecentos anos antes do Calvário de Cristo: “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”, Is 53:5. Esse o sentido do sacrifício vicário de Cristo, o exato sentido da morte substitutiva de Jesus em favor de todo aquele que crê.
Em Cl 2:13,14, assegura que, na Cruz, Jesus cancelou o escrito de dívida que era contra nós.Cristo morreu em nosso lugar, o seu sangue foi derramado, para que pela Sua morte substitutiva, o homem, que estava morto espiritualmente, recebesse vida espiritual, ou seja, para que o seu espírito fosse vivificado: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem”, Hb 2:9. Vemos em 2 Co 5:14: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”. E em 1 Pe 3:18: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”.
A morte de Cristo foi uma substituição pelo pecado. Há muitas facetas no significado da morte de Cristo, mas a mais central - sem a qual as demais não teriam qualquer significado eterno - é a substituição. Isto significa simplesmente que Cristo morreu no lugar dos pecadores. O uso da preposição grega “anti” claramente ensina isto, pois ela significa “em lugar de”. É usada com este sentido, por exemplo, numa passagem que nada tem a ver com a morte de Cristo, Lc 11:11. Mais significativamente, todavia, é usada numa passagem que oferece a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo sobre a Sua morte, Mt 20:28; Mc 10:45. Sua morte, disse Ele, seria um pagamento em lugar de muitos. Uma outra preposição grega, “huper”, é usada também no Novo Testamento, e tem dois significados: Às vezes significa “em benefício de”, e às vezes significa “em lugar de”. É claro que a morte de Cristo foi ao mesmo tempo em nosso lugar e em nosso benefício, e não há razão pela qual “huper’ não possa incluir ambas as idéias ao ser usada em relação à morte de Cristo. Veja, por exemplo, 2 Co 5:21 e l Pe 3:18.
A regeneração é fruto da morte substitutiva. “Regenerar” é gerar novamente; é mudar a natureza. Pela Sua morte substitutiva, Jesus permitiu-nos nova vida, uma nova natureza, um novo espírito: “... pois outrora éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”, Ef 5:7-8. “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas velhas já passaram, eis que se fizeram novas”, 2 Co 5:17. Por meio da regeneração, o sangue de Cristo foi suficiente para reconciliar o homem com Deus: “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”, Cl 1:21-22. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”, 2 Co 5:18-19.
Pela morte substitutiva de Cristo, o homem adquire uma nova posição espiritual, como fruto da reconciliação obtida por meio do Seu sangue. O pecador passa para um lugar de honra, posicionado junto de Deus: “e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”, Ef 2:6. “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus”, Ef 2:19.
Por Ev. Alaid S. Schimidt
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