O cristão é admoestado a ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento, por mais difícil que seja, At 15:20. Tentar justificar a intimidade pré-marital simplesmente com base num "compromisso" real, ou imaginário, é transigir abertamente contra os padrões santos de Deus. É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer, deste modo, justificar a imoralidade.
A lei mosaica determina que, “se alguém enganar alguma virgem, que não for desposada, e se deitar com ela, certamente a dotará por sua mulher”. Se seu pai inteiramente recusasse dar-lha, o enganador deveria pagar conforme ao dote das virgens, descrito em Dt 22:13-21. Além de pagar o dote, se ele difamasse a moça, dizendo que não era virgem e fosse provada a sua virgindade, ele deveria casar-se com ela e jamais a poderia despedir, até que a morte os separasse. Os sacerdotes eram obrigados a casarem apenas com mulheres virgens, não podendo receber a prostituta, a infame ou a repudiada, Lv 21:13,14.
A fornicação é tão séria vista do aspecto espiritual, que Paulo exortou aos coríntios, para que entregasse os fornicadores a Satanás, para que sua carne fosse destruída, a fim de que o espírito fosse salvo no Dia do Senhor Jesus, 1 Co 5:1-5. Acrescentou ainda, que “um pouco de fermento leveda toda a massa”, v. 6. Podemos aplicar este conceito à fornicação, pois um pouco de carícia, um pouco de liberdade, um pouco de sensualismo e a massa toda fica levedada pelo pecado. Diante da libertinagem aprovada pelo mundo, que jaz no maligno, o apóstolo Paulo demonstra o seu posicionamento: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”, ‘ Co 5:12. Diz mais, que o “corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo”, v.13. Para isso, ele testemunha que posição tomou: “antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”, 1 Co 9:27.
A Bíblia cita a virtude da temperança ou domínio próprio, como um aspecto do fruto do Espírito Santo no cristão, Gl 5:22-24. A sua presença no caráter do cristão leva-o a uma conduta positiva e pura, contrastando com tudo o que representa prazer sexual imoral, como libertinagem, fornicação, adultério e impureza. Alguns termos bíblicos descrevem a imoralidade sexual e revelam a extensão desse mal:
a) Lascívia - denota a ausência de princípios morais, no vestuário, nos procedimentos, no uso das palavras, principalmente demonstrando o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa, 1 Tm 2:9. Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, por meio de figuras, imagens, leituras e outras formas de despertamento sensual. Desse modo, a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antimoral e anticristã, Gl 5:19; Ef 4:19; 1 Pe 2:18.
b) Sensualidade provocante e ofensiva – Seduzir, que é o mesmo que ludibriar sensualmente alguém ou assediar, que é o mesmo que se aproveitar ou explorar sexualmente uma pessoa, significa privar da pureza moral que Deus pretende para essa pessoa, a fim de satisfazer desejos libidinosos ilícitos. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, por meio do casamento, significa explorá-la ou aproveitar-se dela, 1 Ts 4:6.
c) Cobiça carnal - Desejo carnal e imoral a que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade de concretizá-lo, Ef 4:22; 1 Pe 4:3; 2 Pe 2:18; Mt 5:28. Em Lv 18:6-30, é feita ampla descrição sobre as atitudes sexuais que desagradam a Deus e as uniões abomináveis a Seus olhos, demonstrando o quanto o Senhor tem em conta a pureza sexual.
A seriedade divina vai além do contato físico, proibindo inclusive, ver a nudez até mesmo de familiares e parentes próximos, Lv 20:11,12,17,19-21. Na carta aos Coríntios, Paulo exorta a fugir da prostituição, devido ao pecado que se faz contra o próprio corpo, que é templo do Espírito Santo, 1 Co 6:18, 19. A sua exortação é: “porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”, v. 20. E ainda expressa: “porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saivá possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus”, 1 Ts 4:3. Depois do casamento a vida íntima deve limitar-se exclusivamente ao cônjuge, Ex 20:14,17.
Por Alaid S. Schimidt
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